terça-feira, 4 de setembro de 2007

O Último Poema

Assim eu quereria o meu último poema
Que fôsse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fôsse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flôres quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação

Manuel Bandeira

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